terça-feira, 12 de novembro de 2013

GRAVIDADE

*** Este texto compreende apenas uma opinião particular, não podendo ser considerado uma crítica cinematográfica, pois a mesma consiste em técnicas jornalísticas, as quais eu não possuo conhecimento ou formação.



Avaliação:  9,5

Apesar de parecer mais uma película de ficção científica, Gravidade se trata de um belíssimo drama, embalado com muito suspense e ação. Revelando cenas ininterruptas de pura tensão e um balé de câmeras incrível em constante dança e movimento, o diretor Alfonso Cuarón nos presenteou com mais uma obra-prima cinematográfica neste ano de 2013.

A personagem protagonista de Sandra Bullock, Ryan Stone, é uma mulher fechada e introspectiva, carregada de inseguranças e traumas do passado; e começa ali em sua primeira missão no espaço, uma jornada profunda e dramática para um duro resgate psicológico e evolução do seu ser.
Em contraponto interagindo com ela, o personagem coadjuvante de George Clooney, é o brincalhão e descontraído veterano Matt Kowalsky.
Interessante o que se constrói entre os dois personagens, é a dicotomia de suas reações e comportamentos, onde o Dr.Kowalsky é um profissional extremamente centrado, calmo e sensato, sabendo ter total controle e racionalizar em situações adversas, gerando o equilíbrio para o filme, assim como para a personagem da Dra. Stone, quem entra em total estado de pânico e desespero a ponto de ficar psicologicamente cega, surda e muda, para completar a missão.

Um elenco pequeno de somente 2 personagens, porém um 3º também mostrou sua extrema relevância, a Gravidade ausente. O local do filme se passa no espaço (nada futurista, e sim como nos dias de hoje), mais precisamente na órbita da Terra, onde eles inciam o enredo no satélite Hubble, e daí em diante circulam por várias estações até que consigam voltar à Terra. Nesses entremeios, os 2 personagens brigam o tempo todo com a ausência da gravidade e com eventos acidentais no espaço, habitat não natural para nós humanos.

É nesse cenário caótico que paradoxalmente temos em um espaço infinito, a sensação claustrofóbica angustiante por todos os 90 minutos de filme. O suspense e a tensão são ininterruptos, a ponto de vc espectador ficar duro na cadeira e perceber que nem está respirando direito! A estratégia da câmera dentro do capacete e fora da Dra. Stone só intensifica a claustrofobia, misturada com sua respiração ofegante e o silêncio do espaço.
* SPOILER  Prova disso é no final, quando a Dra. Stone cai no oceano, e nada, nada, nada c todo esforço até a superfície da água parecendo que não acaba nunca, e vc se vê junto c a personagem prendendo a respiração dentro da água! Isso é muito louco, é simplesmente pq este diretor é perfeito!

Parte importante deste longa, são as belíssimas cenas simbólicas, cheias de metáforas filosóficas, * SPOILER  como a cena em que a Dra. Stone volta para a nave e fica em uma posição fetal, simbolizando estar dentro de um útero. Muitos interpretaram como se ali ela estivesse renascendo, porém em minha visão particular, acho que era mais como um lugar de calor e proteção, fechado e longe dos problemas e caos da vida. Outra cena, é quando ela cai no oceano c a nave, e nada exaustivamente até a superfície como um espermatozoide, e sobe á superfície da água ofegante almejando oxigênio num desespero e alívio ao mesmo tempo; aqui seria o renascimento dela ao meu ver. Ainda na cena final, ela alcançando terra firme, e se esforçando para se levantar como se fosse um bebê dando seus primeiros passos de vida. Aqui faz-se um interessante contraponto com o clássico 2001: Uma Odisseia no Espaço, onde essas alusões à humanidade ocorrem no início do filme, e não no fim como em Gravidade.

Direção primorosa de Alfonso Cuarón, Efeitos Visuais perfeitos não nos fazendo duvidar por um segundo de que era o espaço (afinal o filme foi todo filmado em estúdio), Fotografia deslumbrante e de tirar o fôlego, e uma Trilha Sonora mais do que perfeita e incrível, por Steven Price, compositor de outras obras primorosas como O Senhor dos Anéis e Batman Begins.
Toda essa extraordinária obra pôde ser potencializada à perfeição mais ainda com a tecnologia 3D, q devo dizer, funciona mesmo! É incrível os destroços do espaço saltando da tela e vindo ao seu rosto! Tudo ficou  mais brilhante ainda quando pude ver na sala IMAX, e sempre estarei lembrando aqui, que apesar de ser mais caro, é um investimento de pura emoção e prazer q valem MTO a pena!

Apesar dos erros técnicos do filme questionados por muitos, em estar incompatível com a realidade da ciência e da física, eles não prejudicam em nada em questão de FILME, e devemos nos lembrar que esta obra é uma 7ª ARTE, e que a arte deve nesse caso se esforçar para ser verossímil, mas não igual, pois assim perderia toda a magia que o cinema intui proporcionar para seus admiradores!

O filme ainda está passando nos cinemas, portanto se vc ainda não viu, não perca tempo, pois a experiência no cinema com certeza vai ser única!!


SINOPSE:
Ryan Stone (Sandra Bullock) está em sua primeira missão espacial ao lado do astronauta veterano Matt Kowalsky (George Clooney), que se despede da função neste último voo. Mas durante um passeio espacial aparentemente rotineiro, um acidente ameaça a vida dos passageiros, que têm sua nave destruída. Absolutamente sozinhos no espaço, Stone e Kowalsky são obrigados a lutar lado a lado para sobreviver em um ambiente de total escuridão.

TRAILER LEGENDADO:


TRAILER ESTENDIDO (6min):


TRILHA SONORA:



FICHA TÉCNICA:
Gênero: Ficção Científica
Direção: Alfonso Cuarón
Roteiro: Alfonso Cuarón, Jonás Cuarón, Rodrigo García
Elenco: Basher Savage, Eric Michels, George ClooneySandra Bullock
Produção: Alfonso Cuarón, David Heyman
Fotografia: Emmanuel Lubezki
Montador: Alfonso Cuarón, Mark Sanger
Trilha Sonora: Steven Price
Duração: 91 min.
Ano: 2012
País: Estados Unidos / Reino Unido
Cor: Colorido
Estreia: 11/10/2013 (Brasil)
Distribuidora: Warner Bros
Estúdio: Heyday Films / Reality Media / Warner Bros. Pictures
Classificação: 12 anos



Kissu, Kissu!

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